quinta-feira, 15 de março de 2012

Orquestrando a Vida importa músico espanhol!


A Orquestrando a Vida conversou com o professor espanhol Francisco Perez Souto que realiza em Campos o Seminário Internacional de Trompete.

O Seminário de trompete acontece mensalmente desde julho de 2011 quando o professor Francisco Perez Souto chegou ao Brasil. Durante os seminários, Francisco trabalha com aulas individuais e em grupo, buscando aprimorar a técnica e a prática dos trompetistas das Orquestras da Academia de Orquestras e Coros Sinfônicos do Brasil.

Conte um pouco da sua experiência na Europa...

Eu comecei a tocar trompete na escola de música da minha cidade, que tem uma tradição muito grande de bandas de música, na qual toquei durante muitos anos. Com 17 anos entrei para a Academia da Orquestra Sinfônicas de Galícia, onde foi um ponto muito importante da minha formação musical, estudando com o maestro John Aigi. Ele me fez ter uma nova visão do trompete e do mundo das Orquestras Sinfônicas, e graças a ele tive a oportunidade de tocar nas Orquestras profissionais como a Orquestra Sinfônica de Galícia, Orquestra de Castilla e León, Orquestra da Cidade de Granada e festivais na Alemanha como o Pommersfelden Festival e Festival Junger Künstler Bayreuth.

Onde você se profissionalizou?

Estudei no Conservatório Superior de Música de La Coruna e no Staatliche Hochschule für Musik und Darstellende Kunst, Stuttgart na Alemanha.



Como esta sendo a sua experiência no Brasil?

A experiência foi e está sendo fantástica, sobre todo com o choque cultural, que para mim foi enorme, outro idioma e cada dia aprendendo novas coisas e tentando me acostumar com os 12 meses de verão. No meio musical, conheci músicos fantásticos e toquei com a OSB (Orquestra Sinfônica Brasileira).

 
Como você vê a música brasileira?

A música brasileira eu acho que está em um grande nível, no meu instrumento que é o que eu mais convivo, temos o exemplo de Flavio Gabriel e Fabio Brum, dois trompetistas brasileiros que conquistaram o segundo e terceiro lugar no Concurso Internacional de Praga, um concurso de um prestigio enorme.


E as orquestras brasileiras?

Acho que o número de orquestras profissionais é bastante pequeno se pensamos no imenso tamanho de Brasil, pois como exemplo a Espanha que é aproximadamente 15 vezes menor tem cerca de 30 orquestras profissionais. A qualidade das Orquestras brasileiras é de um bom nível destacando a OSESP e OSB, na qual tive o prazer de poder tocar.


O que você acha do ensino da musica no país?

Este é um ponto no qual deveria ser melhorado. Observo uma busca dos músicos de irem estudar nos EUA ou Europa. A minha crítica a educação no Brasil começa antes do ensino musical, vejo que o governo não se importa em ter cidadãos conscientes, pois não vemos investimentos na educação pública. No contexto musical é ainda pior.

Como você vê o seu trabalho na Orquestrando a Vida? A experiência em um trabalho social modificou seu modo de pensar em relação a musica?

Ter a oportunidade de poder participar do projeto da ONG Orquestrando a Vida foi maravilhoso, mudou muito a minha visão da vida. Estou vendo de perto histórias de vida tão difíceis das crianças e ver como a música pode ser uma grande ferramenta de transformação social na vida deles.

Gostei de ver que a ONG não é só um trabalho social. O que esta sendo feito aqui é um trabalho musical de grande qualidade musical. A população de Campos e todo mundo pode ver nos concertos que oferecem a qualidade dos grupos sinfônicos e, sobretudo uma programação de concertos anual surpreendente para uma orquestra jovem com tantos concertos e tantos variados repertórios. Poder ver aqueles jovens tocando em Nova York, chegar ao Carnegie Hall e receber convites para tocar em vários países da Europa é realmente emocionante por sabermos da realidade que eles vivem.
O maestro Jony criou em Campos um seleiro de músicos com grande qualidade musical e com um futuro prometedor.

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