segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Último Grande Concerto de Gala é sucesso



Não há eufemismo ao afirmar que a noite do último domingo (22) foi de sucesso para os músicos da Orquestra Sinfônica Jovem Mariuccia Iacovino, da ONG Orquestrando a Vida. Sucesso não apenas artístico – visto que executaram pela primeira vez, sob aplausos, a abertura de “Il Guarany” –, mas, também, humano, pois despertaram, com sua música, mais que a generosidade. Fizeram surgir reconhecimento fraterno, amor pela terra e vontade de ver o país bem representado na Bolívia, onde, graças aos esforços e mesmo à simples presença daqueles que lotaram o Teatro Municipal Trianon, enfeitarão o “VIII Festival Del Sol” de verde e amarelo e apresentarão a obra de Antônio Carlos Gomes. A programação do último Grande Concerto de Gala foi engrandecida, ainda, pela contribuição sublime da Orquestra Brasileira de Harpas, que, certamente, ajudou a sensibilizar o público para as necessidades econômicas da ONG. No fim, além dos dois ônibus que restavam para levar os músicos ao aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro, os jovens foram contemplados com a doação de oito mil reais.

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

Tocando para as cerca de 800 pessoas que compareceram ao Trianon, ocupando praticamente todos os assentos disponíveis, a Orquestra Jovem Mariuccia Iacovino e a Orquestra Brasileira de Harpas investiram em um repertório nacional, que ganhou contornos nunca antes vistos na planície, ao sabor de uma combinação inusitada de instrumentos, que incluía de berimbaus a um cavaquinho. No repertório da Orquestra Jovem, além da abertura da ópera “Il Guarany”, estavam “Mambo”, de L. Bernstein, e “Hino a Campos”, de Newton Périsse, com arranjo do maestro Luis Maurício Carneiro, que regeu o concerto. Já as harpistas apresentaram novos arranjos para canções como “Carinhoso”, de Pixinguinha e João de Barro, “Luiza”, de Tom Jobim, e “Brasileirinho”, de Waldir Azevedo. Juntos, executaram “Berimbau”, de Baden Powell e Vinicius de Morais, e “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso.

Segundo a diretora da Orquestra Brasileira de Harpas, Maria Célia Machado, a oportunidade foi inédita.

– Vivenciamos uma experiência totalmente nova. Tocamos com jovens motivados e livres como nunca havíamos visto. Isso é mérito do maestro Luiz Maurício Carneiro, que, ao mesmo tempo em que orienta, dá espaço para que possam crescer e serem eles próprios. Agradecemos a oportunidade ao maestro Jony e à ONG Orquestrando a Vida – diz.

Composta por Ana Miccolis, Carmem Sarmet e Isis Fegueira, além de Maria Célia Machado, nas harpas, a Orquestra Brasileira conta, ainda, com Ana Maria Toledo no violoncelo, Marcos Miglietta no oboé, Wagner Meirelles no cavaquinho e Geórgia Câmara e Ângelo Fontes na percussão. No vocal, está a cantora Magda Belloti, que é parte do coro do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

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