O lutiê Jonas Caldas veio de sua Niterói natal especialmente para preparar os instrumentos que a Orquestra Sinfônica Jovem Mariuccia Iacovino, da ONG ORQUESTRANDO A VIDA e do CENTRO CULTURA MUSICAL DE CAMPOS (CCMC), levarão em sua primeira turnê internacional, quando participam, entre 5 e 11 de setembro, da oitava edição do celebrado “Festival Del Sol”, na Bolívia.
Jonas, que chegou hoje (25), tem 32 anos de profissão e afirma que, para ele, a “luteria é a busca pelo instrumento perfeito”.
– Cada lutiê tem uma visão sobre o ofício, mas, para mim, representa a constante tentativa de se criar o instrumento definitivo. Mas, isso é praticamente impossível de se atingir. Quando nos debruçamos sobre um violino, por exemplo, e conseguimos melhorá-lo em 10%, temos de relevar os 90% restantes, geralmente inatingíveis com aquele determinado instrumento ou naquela determinada condição – diz Jonas, que, interno da Fundação Nacional do Bem Estar do Menor (FUNABEM) entre os 5 e os 18 anos, aprendeu lá, a partir dos 15 anos, a arte de fabricar e reparar instrumentos. – Há que se observar inúmeros detalhes para se produzir um instrumento de qualidade, entre eles o ângulo do braço, a altura do shape e a qualidade da madeira, apenas para citar alguns.
O lutiê, que fica até amanhã entre violinos, violas, contrabaixos e violoncelos, não dará, dessa vez, qualquer curso na área, para os alunos da ONG, mas afirma que observar é aprender, e curiosos não faltam.
– Teve um aluno, bem garoto, que passou o dia inteiro por aqui. Ficou olhando e perguntando. Certamente tem uma queda pela luteria – finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário