
Um dos palcos mais nobres do circuito erudito nacional, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro recebeu ontem (29) a Orquestra Jovem Professora Mariuccia Iacovino, da ONG ORQUESTRANDO A VIDA e do CENTRO DE CULTURA MUSICAL DE CAMPOS (CCMC), que foi regida pelo maestro Luiz Maurício Carneiro. A apresentação, que mobilizou mais de 80 músicos, mostrou à sociedade carioca o trabalho que vem sendo cultivado com suor e talento na planície, arrancando elogios não apenas após o concerto, mas depois, através das redes sociais em que o grupo está presente, como o Orkut e o Facebook. Na platéia, Mônyca Kuhl qualificou o espetáculo como “maravilhoso”. “Sabia que era bom, mas não imaginava que era tão criativo”, afirmou Milena Almenara. Já Rômulo Mussel, garantiu “nunca ter visto nada igual antes”. “De fato, foi a orquestra mais original que já assisti”, completou.
As declarações, para além do reconhecimento, estimulam a continuidade do trabalho desenvolvido. É o que garante Jony William, o diretor geral da ONG e do CCMC.
– Ver uma orquestra de Campos, com músicos campistas, dentro de um espaço tão digno da música erudita foi uma grande emoção. Emoção maior, entretanto, foi constatar a recepção do público carioca, vê-lo valorizando algo do interior, pedindo que a orquestra permanecesse no palco por mais algumas músicas. Isso nos deu orgulho de ser campista, um orgulho que faz valer a pena todo o dia a dia de esforço e labuta – diz Jony.
De fato, emoção foi a palavra de ordem daquele dia em que a descontração da Orquestra Jovem Professora Mariuccia Iacovino espantou a sisudez comumente associada àqueles que se apresentam no Municipal.
– Foi um concerto maravilhoso, certamente o melhor da Orquestra até o momento. Tudo colaborava para o sucesso: o local, o público e, principalmente, a ansiedade dos músicos com tamanha oportunidade. Os músicos tocaram com muita energia e muita garra, como costuma acontecer no Teatro Municipal Trianon, de Campos. Mas, parece que, com a atmosfera que reinava, todos foram influenciados pela beleza do local e pela importância da apresentação – relembra Luiz Maurício.
Para o maestro, o concerto foi um produtivo início de turnê.
– Abrimos a série de concertos da turnê com chave de ouro e fomos muito bem recebidos pelo público presente, o teatro tinha um público com quantidade representativa, dentre as pessoas, muitas autoridades e pessoas ligadas ao meio musical não economizaram palavras de elogios, tanto em relação à atuação da Orquestra em suas performances movimentadas, especialmente no repertório brasileiro, que incluiu peças como a abertura de "Il Guarany", de Antônio Carlos Gomes, “Berimbau”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes, e “Aquarela do Brasil”, quanto na consistência e preparação do repertório erudito – pondera.
Agora, a Orquestra se prepara para viajar a Bolívia, onde encara a responsabilidade de representar o país na oitava edição do celebrado “Festival Del Sol”. As apresentações, que fazem parte de sua primeira turnê internacional, acontecerão nos dias 7 e 8, nas cidades de La Paz e El Alto.