quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

ORAVI precisa de espaço

Tudo tem um prazo de validade, inclusive o espaço. Embora tenha um vasto calendário programado para 2011, incluindo duas séries de concertos, uma na histórica Igreja São Francisco e outra na Igreja da Lapa, ambas em Campos, que acontecerão ao longo do ano; a vinda de duas novas missões da Conservatório Andino de Fomento (CAF) e a abertura de uma nova orquestra, que será composta por cerca de 150 crianças, a ONG ORQUESTRANDO A VIDA (ORAVI), do CENTRO CULTURA MUSICAL DE CAMPOS (CCMC) começa a ficar sem espaço para abrigar os mais de 1,2 mil alunos que atende atualmente.

Instalada há 15 anos em um antigo casarão na Avenida Alberto Torres, a ORAVI ocupa espaço cedido pelo CCMC, que cuida de todas as expensas da instituição relacionadas ao imóvel, como água, luz, telefone e aluguel. Com 23 corais, seis orquestras sinfônicas, duas bandas sinfônicas e a possibilidade de aumentar esse número em breve, o prédio se torna cada dia menor, o que vem causando uma série de problemas.

— Através da Academia de Orquestras e Coros Sinfônicos do Brasil contribuímos para a profissionalização e socialização de centenas de crianças e jovens entre 7 e 19 anos, através de um ensino musical de alto nível. Atendemos moradores de abrigos de nossa cidade, bem como moradores da periferia. A ORAVI tem, hoje, uma fila de espera de mais de dois mil candidatos a alunos, oriundos de famílias que esperan ansiosamente ver seus filhos contemplados. Entretanto, infelizmente, não temos espaço e nem instrumentos suficientes para continuar a acolher essas pessoas sem comprometer o ensinamento dos demais. Estamos prontos para crescer, mas nos falta um local que seja capaz de acompanhar esse crescimento — diz Jony William Vianna, diretor da ORAVI.

Segundo o professor de violoncelo e diretor financeiro da instituição, Charles William, a superlotação faz com que os alunos tenham de ter aulas em locais improvisados, como corredores e salas que anteriormente serviam a outros objetivos.

— Não há número de salas suficiente para abrigar todos os turnos de aulas de cada instrumento que ensinamos. Por isso, somos obrigados a ministrar aulas em corredores e dividir salas, o que acaba gerando transtorno de horário. Até a sala de espera teve de ser desmontada para virar sala de aula. São, atualmente, cerca de 20 turmas desalojadas.

Dessa forma, as limitações físicas começam a se impor sobre as possibilidades da instituição.

— Sabemos o que queremos e onde queremos levar nossos jovens. Trabalhamos incansavelmente para dá-los um futuro brilhante. Sonhamos com uma Campos semeada de orquestras, bandas e coros. A dor de ver tantas crianças e jovens disprivilegiados é enorme e não podemos nos acomodar diante desse quadro — justifica, Jony, a luta.

Cadastrada no Ministério da Cultura, a ONG, que foi agraciada, no fim do ano passado, com o título de utilidade pública está apta a receber financiamentos através da Lei Rouanet de incentivo à cultura, de forma que pessoas físicas e jurídicas podem colaborar com o prosseguimento desse trabalho.

— Pedimos aos nossos governantes, aos empresário e cidadãos de Campos que ajudem a construir um futuro melhor para essas crianças. Ajudem a conquistar um local que seja adequado aos seus estudos e digno daquilo que só existe para eles, que é a Academia de Orquestras e Coros Sinfônicos do Brasil — apela Jony.

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